IX Maratona das Praias: Saiba como foi…

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Em 2019 atingi a marca de quatro maratona no currículo, três delas, na Maratona das Praias, promovida pela Acorja. Três provas iguais, com grande maioria do percurso sendo igual de um ano para o outro e sempre alguns me perguntavam, o porque a mesma maratona todo santo ano.

Complicado responder, mas posso garantir que cada maratona foi uma história. A primeira delas, a Maratona Maurício de Nassau, foi um misto de desânimo (pela péssima organização naquela edição), sofrimento (por ter caído nos quilômetros finais e sofrido com câimbras até o fim da prova) e orgulho (pelo feito de ter me tornado maratonista). Já na minha primeira Maratona das Praias, com apenas quatro meses depois da Maratona Maurício de Nassau, mais uma vez as câimbras foram a minha grande vilã, mas desta vez, no quadril. Terminei a prova caminhando do quilômetro 39 ao 43 e encerrando a prova com quase cinco horas. O sentimento agora foi de frustração. Mas ainda assim, completei e prometi a mim mesmo retornar no ano seguinte para concluí-la inteiro. Infelizmente 2018 foi ainda pior, pois, acumulado de trabalho, estudos na pós-graduação e ter feito a loucura de emendar uma especialização em outra ? acabei fazendo a maluquice de não fazer um fortalecimento adequado. O tempo que eu tinha era apenas para correr, estudar e trabalhar. Vacilo que, coube justamente no dia da prova, o joelho esquerdo não aguentar na altura do km 25. Mais uma vez conclui a prova, desta vez com umas 6 horas, debaixo de muita dor e angústia. Dor que levei comigo até meados de setembro, quando finalmente tive tempo para me cuidar, fazendo Fisioterapia, Pilates e musculação. Honestamente, após essa segunda tentativa frustrada de completar uma maratona, pensei comigo em não mais entrar neste desafio. Mas o tempo é dono de tudo.

Fortalecido e voltando a correr bem, comecei a encarar distâncias maiores e emendei duas provas de 21 km no Desafio das Serras, em Bonito e no Desafio Milhas Trilhos e Trilhas, em Aldeia. O joelho, que era preocupação, suportou. E graças a Carolina Gama, tive a certeza de que eu poderia sim correr novamente uma maratona. Claro, com ressalvas: desde que eu seguisse o correto, seguindo uma planilha e com apoio de um profissional habilitado e que entendesse do riscado. Esta foi a centésima Maratona de Lula Holanda, presidente da Acorja e que dispensa apresentações. Naquela altura do campeonato tinha um pouco mais de três meses. Porque não? Topei.

Foi a partir daí que surgiu a Marta Pereira na minha vida, personal trainer e maratonista que, junto com o o trabalho personalizado de Carolina Gama na academia, os resultados começaram a aparecer semana a semana. E como fez a diferença! A cada treino longo, a cada Fartlek e a cada educativo, me mostrava que eu poderia sim fechar essa maratona sem o sofrimento dos anos anteriores. E chegou o grande dia.

Ali na Jaqueira, centenas de corredores.Muitos ali já se conheciam. Estava ali a estrela maior do evento e um dos principais responsáveis pela Maratona das Praias, o ilustre Lula Holanda, da Acorja, um ser de outro planeta que, com sua peculiar humildade e bom papo, consegue agregar tanta gente do bem. O clima da Maratona das Praias é familiar demais. Tão familiar que as pessoas se desprendem e se desdobram para que tudo ali dê certo e atinja algo próximo da perfeição. Foi incrível.

Não são apenas palavras. Quem esteve lá correndo, acompanhando ou participando de alguma maneira sabe disso. Da largada à chegada da prova o espirito era contagiante, o apoio mútuo entre os atletas e os Staffs de Luxo (como assim são conhecidos na Acorja), transparecia a quem estava ali desprendimento em ajudar o próximo a atingir a meta. Cada um ali tinha o seu objetivo pessoal, acima do senso de competição que é inerente ao esporte em geral. Em suma, tudo o que nós corredores admiramos em nosso esporte se encontrava ali. Era emoção a flor da pele a cada quilômetro. Nada faltou, nada deu errado e se por ventura desse, seria pequeno demais para tanto envolvimento e comprometimento.

Quanto ao percurso da prova, o que dizer? A beleza do litoral pernambucano é diretamente proporcional a dureza da prova. Foram três municípios, saindo do Recife, às quatro horas da manhã e cortando quase todo litoral sul, passando também por Jaboatão dos Guararapes e finalizando no Cabo de Santo Agostinho, em Enseada dos Corais. A Maratona das Praias está longe de ser uma prova para bater recorde pessoal, mas cativa bastante pelo o que oferece. Largar às quatro da manhã é um respeito aos limites do corpo do corredor nordestino, onde por muitas vezes, o sol às 7h da manhã já está castigando quem o enfrenta. Muita gente reclama dos 2,5 km de trecho de areia da praia e, umas das principais justificativas é a quebra do ritmo, entretanto, este é só um dos desafios que vem tornando a prova a cada ano sensacional. Quem completa uma Maratona das Praias pode se sentir orgulhoso de superar seus limites.

Segundo o resultado oficial da prova (que já pode ser visto, clicando aqui), a minha maratona foi encerrada antes das 4h40 de prova. Tempo o suficiente para sentir e presenciar a chegada de Lula, uma emoção compartilhada com cada corredor que estava por ali. Sem sofrimento, curtindo a prova a cada quilômetro e trocando incentivos para cada corredor que passava por mim. Ainda não achei as palavras certas para mensurar o que é completar uma maratona sem dor, sofrimento e superando as subidas de Itapuama e Xaréu, mas por aqui o sentimento é de felicidade e de dever cumprido!

Valeu demais a pena os quase três meses de preparação, com treinos longos iniciando as três da matina, saindo de casa para o trabalho. Tenho a agradecer a tantas pessoas, a começar com Marta e Carol, que me apoiaram bastante durantes estes meses, a Lula Holanda e Russinho, pelo convite, aos meus colegas de trabalho pelo incentivo e apoio, garantindo meu café da manhã quando chegava dos treinos longos e segurarem a barra em caso de algum incidente no após o horário de serviço, antes destes treinos longos. Isso sem contar da turma que segue o PE Running nas redes sociais e que acompanhou essa saga, mandando sempre energias positivas de incentivo. Disso tudo eu só tiro a certeza que ninguém completa uma maratona sozinho. E daqui, fica a minha gratidão e felicidade.

E você, participou também desta edição da Maratona das Praias? Conta aqui pra gente, nos comentários e compartilhe também, dando a sua nota na “votação do leitor”. As fotos oficiais da prova poderão ser conferidas no site do Foco Radical (clique aqui). E se você quer saber de mais corridas em Pernambuco confira todo o calendário de provas que acontece no estado, clicando AQUI! Na próxima semana a gente chega com mais um vídeo em nosso canal do Youtube mostrando um pouco de toda essa emoção, garanto a vocês que ficará demais! Ainda não tá inscrito? Fica ligado! Inscreva-se e veja o vídeo desta e de outras corridas em nosso canal, clicando AQUI!

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